
Entenda o que é a PPD (Perda Parcial de Direitos) e seus impactos
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O conceito de PPD (Perda Parcial de Direitos)
A PPD (Perda Parcial de Direitos) é uma sanção aplicada ao trabalhador que comete infrações dentro do ambiente de trabalho. Essa medida não retira todos os direitos do empregado, mas limita ou reduz alguns benefícios previstos pela legislação trabalhista. A PPD é uma alternativa à demissão por justa causa, sendo aplicada quando a falta cometida pelo empregado não é grave o suficiente para uma penalidade mais severa.
Diferente da demissão por justa causa, a PPD permite que o trabalhador continue a ter acesso a alguns direitos básicos, como o saldo de salário e as férias proporcionais. No entanto, ele pode perder parte dos benefícios como o aviso prévio e a multa do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A ideia é equilibrar a sanção, punindo a má conduta sem causar prejuízos extremos.
A PPD tem como objetivo educar o trabalhador quanto às suas obrigações, servindo como uma advertência mais severa. Ao mesmo tempo, protege o empregado de uma punição mais dura, como a perda total de direitos, comum em casos de justa causa. Sua aplicação precisa ser cuidadosa e sempre dentro dos limites da legislação trabalhista, para que não ocorra abuso por parte dos empregadores.
Principais motivos que levam à PPD (Perda Parcial de Direitos)
A PPD pode ser aplicada por uma série de razões que envolvem o comportamento do trabalhador. Entre as mais comuns estão as faltas injustificadas ao trabalho, atrasos recorrentes e o descumprimento de regras internas da empresa. Cada empresa pode ter normas específicas, e a repetição de infrações menores pode culminar na perda parcial de direitos como forma de penalização.
Outro motivo que pode levar à aplicação da PPD é o abandono de emprego. Quando o trabalhador se ausenta do trabalho por longos períodos sem justificar sua ausência, a empresa tem o direito de aplicar sanções. Embora o abandono seja uma falta grave que possa levar à demissão por justa causa, em alguns casos, a PPD é aplicada como uma alternativa mais branda, principalmente quando o trabalhador não teve histórico de faltas graves.
A conduta inadequada, como desrespeito a colegas de trabalho, superiores ou descumprimento de ordens, também pode justificar a perda parcial de direitos. O objetivo da PPD é corrigir comportamentos que, se continuados, poderiam prejudicar o ambiente de trabalho ou comprometer a produtividade. Assim, a PPD funciona como um alerta ao trabalhador, mostrando a necessidade de mudança antes que medidas mais drásticas sejam tomadas.
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Como a PPD (Perda Parcial de Direitos) afeta os direitos trabalhistas
A PPD tem como consequência a limitação de alguns direitos trabalhistas, mas ela não retira completamente os benefícios garantidos por lei. O trabalhador que sofre a perda parcial de direitos mantém o direito ao saldo de salário, que corresponde aos dias trabalhados no mês da rescisão, além das férias proporcionais acrescidas de um terço. Esses direitos são garantidos pela legislação e não podem ser retirados, mesmo em casos de PPD.
Por outro lado, a PPD pode implicar a perda de benefícios como o aviso prévio e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS. A empresa, nesse caso, pode optar por não pagar esses valores em decorrência da infração cometida pelo empregado. A perda desses direitos representa uma sanção financeira significativa para o trabalhador, que deixa de receber uma parte importante de sua rescisão.
Outro impacto importante da PPD é em relação ao direito de sacar o FGTS. Dependendo da situação, o trabalhador pode perder o direito de retirar o saldo acumulado no fundo, exceto em casos específicos, como a compra de imóveis ou situações de doença grave. Essa restrição coloca o trabalhador em uma posição financeira mais delicada após a rescisão contratual.
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Diferença entre PPD (Perda Parcial de Direitos) e justa causa
A principal diferença entre a PPD e a justa causa está na gravidade da infração e nas consequências que cada uma implica para o trabalhador. A demissão por justa causa é a punição mais severa no âmbito trabalhista, aplicada em casos de faltas graves como roubo, agressão ou desrespeito extremo às regras da empresa. Com a justa causa, o trabalhador perde quase todos os direitos rescisórios, como FGTS, férias e 13º salário proporcionais.
Já a PPD é uma sanção intermediária, aplicada em casos de infrações menores, mas que ainda exigem uma punição. Nesse cenário, o trabalhador não perde todos os seus direitos, apenas alguns, como o aviso prévio ou a multa do FGTS. A aplicação da PPD é uma forma de alertar o empregado, dando-lhe uma oportunidade de corrigir seu comportamento antes que uma justa causa seja necessária.
Outra diferença importante está no impacto emocional e profissional. Enquanto a demissão por justa causa pode prejudicar a reputação do trabalhador, dificultando sua recolocação no mercado, a PPD tem efeitos mais suaves. O trabalhador ainda pode ser reintegrado ao mercado sem sofrer o estigma de uma demissão por justa causa, o que facilita a sua recuperação profissional.

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Impactos da PPD no FGTS e seguro-desemprego
A PPD tem impacto direto no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pois o trabalhador perde o direito à multa rescisória de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de rescisão contratual. Essa multa é paga pelo empregador como uma compensação financeira pela demissão, mas no caso da PPD, o trabalhador não tem direito a ela, o que reduz o valor total que ele recebe ao ser desligado.
Além disso, a PPD pode afetar o direito ao saque do FGTS. Embora o trabalhador mantenha o saldo acumulado em sua conta do FGTS, ele pode ser impedido de sacá-lo de imediato, exceto em situações específicas, como a compra de um imóvel ou em casos de doenças graves. Isso limita o acesso a um fundo que poderia ajudar o trabalhador financeiramente no momento da rescisão.
No caso do seguro-desemprego, o trabalhador que sofre PPD pode perder o direito de receber o benefício, dependendo do motivo da rescisão. O seguro-desemprego é garantido em demissões sem justa causa, mas com a perda parcial de direitos, o trabalhador pode ser enquadrado em situações que inviabilizam a concessão do benefício, gerando um impacto significativo em sua segurança financeira.
O papel da CLT na PPD (Perda Parcial de Direitos)
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem um papel central na regulamentação da PPD, estabelecendo os critérios e limites para sua aplicação. A CLT determina que a perda parcial de direitos seja aplicada em casos de infrações leves ou moderadas, em que não há justificativa para uma demissão por justa causa, mas a conduta do trabalhador ainda exige uma correção. Isso garante que a penalidade seja proporcional à infração cometida.
As regras da CLT visam proteger o trabalhador de abusos por parte dos empregadores. Isso significa que a PPD não pode ser aplicada arbitrariamente, devendo estar amparada por provas de que o empregado cometeu uma infração. Além disso, a legislação garante que mesmo na aplicação da PPD, alguns direitos básicos, como salário e férias proporcionais, sejam respeitados, evitando prejuízos extremos ao trabalhador.
A CLT também permite que o trabalhador recorra, caso acredite que a PPD foi aplicada de forma indevida. Ele pode buscar a justiça trabalhista para rever a penalidade e, eventualmente, recuperar seus direitos. Isso traz equilíbrio às relações de trabalho, oferecendo uma via legal para a resolução de conflitos e garantindo a aplicação justa da PPD.
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