
Como calcular e monitorar o Índice de Despesas Administrativas
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O que é o Índice de Despesas Administrativas (IDA)
O Índice de Despesas Administrativas (IDA) é um indicador que representa a relação entre os custos administrativos e a receita total de uma operadora de planos de saúde. Ele serve como uma métrica de eficiência operacional, pois mostra o quanto da receita está sendo consumido para manter a estrutura administrativa funcionando. Por ser um índice percentual, quanto mais baixo for o valor do IDA, maior tende a ser a eficiência da empresa na utilização de seus recursos financeiros para fins administrativos.
Esse índice é utilizado tanto internamente pelas operadoras quanto externamente por órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ele é essencial para avaliar a sustentabilidade financeira da operadora, identificando se os custos estão dentro de um padrão aceitável. Um IDA alto pode significar que a empresa está gastando mais do que deveria com estrutura, pessoal e processos, o que pode comprometer investimentos em áreas mais estratégicas, como a qualidade do atendimento e a ampliação da rede de serviços.
Compreender o Índice de Despesas Administrativas é fundamental para os gestores financeiros e administrativos, pois permite identificar gargalos operacionais e oportunidades de melhoria. Ele também serve como um balizador para tomadas de decisão mais assertivas, auxiliando no planejamento orçamentário e na alocação de recursos. Assim, ao monitorar o IDA regularmente, é possível garantir que a operadora se mantenha competitiva, sustentável e preparada para os desafios do setor de saúde suplementar.
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Como calcular o IDA corretamente
O cálculo do Índice de Despesas Administrativas é feito utilizando uma fórmula simples, porém que requer atenção na apuração dos dados: IDA = (Despesas Administrativas / Receita Total) x 100. A chave para um cálculo preciso está na correta definição do que são consideradas despesas administrativas, que incluem salários da equipe administrativa, despesas com tecnologia da informação, aluguel de escritórios, materiais de consumo, serviços de terceiros, entre outros custos indiretos relacionados à operação.
É importante destacar que não devem ser incluídos no cálculo do IDA os custos assistenciais, como exames, consultas, internações ou qualquer despesa diretamente ligada ao atendimento ao beneficiário. O foco está exclusivamente nas despesas que mantêm a estrutura funcional da empresa, fora do escopo assistencial. Da mesma forma, a receita total considerada deve ser a receita operacional bruta da operadora, sem incluir receitas não recorrentes ou eventuais, o que poderia distorcer o índice.
Empresas que desejam utilizar o Índice de Despesas Administrativas como ferramenta de controle e estratégia devem garantir a consistência dos dados contábeis utilizados no cálculo. Ter um sistema financeiro confiável, auditoria regular das contas e relatórios mensais facilita a mensuração e a comparação do IDA ao longo do tempo. Além disso, ao padronizar o cálculo, a operadora consegue criar séries históricas e realizar análises comparativas com o mercado ou com operadoras de perfil semelhante, promovendo decisões mais fundamentadas.

Importância do IDA na gestão de operadoras de saúde
O Índice de Despesas Administrativas é um dos principais termômetros para avaliar a eficiência de uma operadora de planos de saúde na gestão de seus recursos. Um IDA bem administrado demonstra que a empresa está utilizando sua receita de forma equilibrada, mantendo os custos administrativos sob controle e direcionando mais investimentos para áreas estratégicas, como tecnologia, relacionamento com o cliente e melhoria da rede credenciada. Isso reforça a capacidade da operadora de oferecer um serviço competitivo e de qualidade.
Além disso, o IDA é amplamente monitorado pela ANS e pode influenciar diretamente a percepção de estabilidade financeira da operadora junto ao mercado. Um índice elevado pode acender alertas sobre ineficiência, má gestão ou desperdício de recursos, enquanto um IDA baixo, dentro de padrões sustentáveis, pode indicar uma gestão enxuta e eficaz. Para investidores e parceiros estratégicos, esse indicador também é relevante, pois revela a solidez financeira da empresa e sua capacidade de crescer com responsabilidade.
Na prática, um bom gerenciamento do Índice de Despesas Administrativas contribui para a longevidade e competitividade da operadora. Com custos sob controle, é possível criar margens mais saudáveis, reduzir o impacto de reajustes, oferecer planos mais atrativos e ainda garantir a qualidade dos serviços prestados aos beneficiários. Em um mercado regulado e altamente competitivo como o de saúde suplementar, manter o IDA equilibrado é uma vantagem estratégica e um indicativo de boa governança corporativa.
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Fatores que influenciam o Índice de Despesas Administrativas
Diversos fatores podem impactar o Índice de Despesas Administrativas de uma operadora de planos de saúde, tornando essencial o entendimento de cada variável para uma gestão eficiente. Entre os principais estão o porte da empresa, o número de vidas atendidas, o grau de complexidade dos processos administrativos e o nível de automação das rotinas internas. Operadoras menores, por exemplo, costumam ter um IDA proporcionalmente mais alto, já que não conseguem diluir os custos fixos com a mesma facilidade que grandes operadoras.
Outro fator determinante é o modelo de gestão adotado. Empresas com processos burocráticos, manuais e com baixa digitalização tendem a registrar despesas administrativas mais elevadas. Por outro lado, operadoras que investem em transformação digital e sistemas de gestão conseguem otimizar tarefas, reduzir o retrabalho e eliminar gastos desnecessários. A estrutura organizacional também influencia o IDA, já que hierarquias inchadas e departamentos redundantes geram custos adicionais sem agregar valor real à operação.
Além disso, políticas de contratação, negociação com fornecedores e práticas de compliance podem fazer diferença significativa no controle do IDA. Uma gestão que prioriza contratos com bom custo-benefício, revisa periodicamente os fornecedores e busca renegociações estratégicas tende a manter os custos administrativos sob controle. Portanto, conhecer os fatores que afetam o Índice de Despesas Administrativas é o primeiro passo para identificar os pontos de melhoria e adotar práticas mais sustentáveis.

Estratégias para reduzir o IDA de forma eficaz
Reduzir o Índice de Despesas Administrativas de maneira eficaz exige uma abordagem estratégica e contínua. O primeiro passo é realizar um diagnóstico completo dos processos administrativos, identificando gargalos, redundâncias e desperdícios. Muitas vezes, atividades simples consomem recursos desnecessários devido à ausência de padronização ou à realização manual de tarefas que poderiam ser automatizadas. A revisão desses processos pode resultar em ganhos significativos de eficiência e redução de custos.
Outro caminho importante é a terceirização de funções não estratégicas, como atendimento ao cliente, serviços de TI ou contabilidade. Quando bem planejada, a terceirização permite reduzir encargos trabalhistas, otimizar a estrutura e direcionar esforços para áreas mais críticas da operação. No entanto, é essencial garantir que os parceiros terceirizados estejam alinhados com os objetivos da operadora e ofereçam qualidade, segurança da informação e controle de desempenho.
Investir na qualificação da equipe e em soluções tecnológicas também é uma das formas mais eficazes de reduzir o IDA sem comprometer a qualidade do serviço. Equipes bem treinadas cometem menos erros, trabalham de forma mais produtiva e contribuem para a construção de uma cultura de eficiência. Já as tecnologias, como sistemas de ERP, automação de processos e ferramentas de análise de dados, proporcionam mais controle sobre os custos e agilidade na tomada de decisão, elementos-chave para a redução sustentável do Índice de Despesas Administrativas.
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Ferramentas e sistemas para monitorar o IDA
O uso de ferramentas e sistemas de gestão é fundamental para acompanhar e otimizar o Índice de Despesas Administrativas. Softwares ERP (Enterprise Resource Planning) permitem o controle detalhado dos gastos por departamento, possibilitando identificar onde estão os maiores custos administrativos e como eles se comportam ao longo do tempo. Além disso, esses sistemas facilitam a integração entre setores, tornando os processos mais ágeis e reduzindo falhas na comunicação que poderiam gerar retrabalho.
Outro recurso valioso são as plataformas de Business Intelligence (BI), que transformam dados brutos em informações estratégicas. Com painéis dinâmicos, é possível monitorar o IDA em tempo real, comparar períodos, avaliar desvios e cruzar informações com outros indicadores financeiros. Essa visão holística permite à gestão tomar decisões baseadas em dados concretos, antecipar problemas e agir com mais rapidez em situações críticas, reduzindo os riscos financeiros da operação.
Ferramentas de automação de tarefas, como RPA (Automação Robótica de Processos), também podem impactar diretamente na redução do IDA, ao substituir tarefas repetitivas e operacionais por processos automatizados. Isso reduz a necessidade de mão de obra para atividades que não exigem julgamento humano e libera as equipes para se concentrarem em atividades mais estratégicas. Portanto, a escolha e o uso inteligente de ferramentas tecnológicas são fatores determinantes para manter o Índice de Despesas Administrativas em níveis saudáveis e sustentáveis.

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Dulce Delboni Tarpinian
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