
Impacto da LGPD na gestão financeira das empresas
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- O que é a LGPD e sua relevância para o setor financeiro
- Adequações necessárias nos processos financeiros
- Custos e investimentos para adequação à LGPD
- Riscos financeiros decorrentes da não conformidade
- O papel da tecnologia na conformidade com a LGPD
Benefícios da conformidade para a saúde financeira da empresa
O que é a LGPD e sua relevância para o setor financeiro
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada em 2018 e em vigor desde 2020, foi criada com o objetivo de garantir mais segurança, transparência e controle no tratamento de dados pessoais. Ela define regras específicas sobre como empresas e organizações devem coletar, armazenar, processar e compartilhar informações pessoais, exigindo consentimento claro do titular dos dados. No contexto financeiro, a LGPD assume um papel ainda mais crítico, pois os dados tratados incluem informações extremamente sensíveis, como dados bancários, históricos de crédito, comprovantes de renda e até dados relacionados à saúde, quando há vínculo com planos e seguros.
O impacto da LGPD na gestão financeira se torna evidente quando analisamos a responsabilidade que as empresas agora têm ao lidar com esses dados. Instituições precisam adotar uma postura proativa quanto à proteção de informações e, principalmente, garantir que os dados sejam utilizados apenas para finalidades específicas e autorizadas. Além disso, as áreas financeiras devem registrar e documentar o tratamento de dados em seus processos, pois em caso de auditorias ou questionamentos legais, será necessário provar que a empresa está em conformidade com a legislação vigente.
Esse novo cenário obriga empresas de todos os setores, inclusive as que atuam com call centers e planos de saúde, a repensarem sua estrutura de dados e implementar políticas robustas de compliance. A gestão financeira, sendo uma área estratégica e diretamente ligada à segurança da informação, precisa liderar essa transformação interna. Com a LGPD, a forma como dados são tratados impacta não apenas a operação do negócio, mas também a sua imagem diante do mercado, exigindo equilíbrio entre eficiência financeira e respeito à privacidade dos titulares.
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Adequações necessárias nos processos financeiros
A adequação à LGPD exige uma revisão completa dos processos financeiros internos, começando pelo mapeamento de todas as entradas, armazenamentos e saídas de dados pessoais. Isso inclui desde o momento em que os dados do cliente são coletados, até a forma como são utilizados em relatórios, cadastros, cobranças e análises financeiras. As empresas precisam estabelecer critérios rigorosos sobre quem tem acesso a essas informações e garantir que qualquer compartilhamento com terceiros esteja devidamente documentado e autorizado.
Uma das grandes mudanças trazidas pela LGPD é o princípio da minimização, que determina que apenas os dados estritamente necessários devem ser coletados. No setor financeiro, isso representa um desafio, já que muitas vezes os processos são construídos com base em cadastros extensos e históricos acumulados. Com a nova lei, é necessário revisar esses fluxos e excluir ou anonimizar dados desnecessários. Além disso, a obtenção de consentimento explícito se torna obrigatória em muitos casos, o que demanda atualizações em formulários, contratos e termos de serviço.
Outro ponto importante é a implementação de controles internos e a padronização das rotinas com foco na segurança da informação. Departamentos financeiros precisam trabalhar em conjunto com equipes jurídicas e de TI para construir um ambiente seguro e alinhado com os princípios da LGPD. Isso inclui políticas de acesso, criptografia de dados, auditorias periódicas e treinamentos com os colaboradores. O impacto da LGPD na gestão financeira, portanto, não é apenas técnico, mas exige uma mudança de cultura e comportamento dentro das organizações.

Custos e investimentos para adequação à LGPD
A adequação à LGPD representa um custo considerável para as empresas, especialmente no início do processo de adaptação. Muitas organizações precisam investir em consultorias jurídicas e tecnológicas para entender exatamente onde estão os riscos e como saná-los. Além disso, ferramentas e softwares de gestão precisam ser atualizados ou substituídos por versões que estejam em conformidade com a nova legislação. Isso exige um planejamento financeiro cuidadoso para distribuir esses custos ao longo do tempo sem comprometer a operação.
Apesar do investimento inicial, o impacto da LGPD na gestão financeira pode se reverter em benefícios a médio e longo prazo. Estar em conformidade com a lei reduz significativamente o risco de sanções, que podem chegar a 2% do faturamento anual, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Além disso, há custos indiretos evitáveis, como crises de imagem e perda de credibilidade perante o mercado, que muitas vezes são mais prejudiciais do que as multas. Por isso, muitas empresas estão encarando esse investimento como uma forma de se proteger e, ao mesmo tempo, agregar valor à marca.
Do ponto de vista estratégico, empresas que antecipam essa adequação e mostram transparência no tratamento de dados podem conquistar um diferencial competitivo importante. No setor de saúde, por exemplo, onde o sigilo de informações é fundamental, estar alinhado à LGPD transmite segurança ao cliente e fortalece a reputação da empresa. Assim, o custo de adaptação deve ser encarado como um investimento necessário para garantir sustentabilidade jurídica, eficiência operacional e fidelização de clientes em um mercado cada vez mais exigente.
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Riscos financeiros decorrentes da não conformidade
Empresas que negligenciam a LGPD correm sérios riscos financeiros e reputacionais. As penalidades previstas na legislação incluem advertências, bloqueio ou eliminação de dados, além de multas milionárias. Essas sanções impactam diretamente o fluxo de caixa e a estabilidade financeira da empresa, podendo inviabilizar operações, principalmente em negócios de médio e pequeno porte. E mais do que isso: a exposição pública de incidentes de vazamento de dados pode causar perda imediata de clientes e parceiros comerciais.
O impacto da LGPD na gestão financeira se acentua quando a empresa não possui políticas claras de segurança e privacidade. Sem medidas preventivas eficazes, aumenta-se a chance de falhas operacionais e humanas, como envio de dados para destinatários errados, uso indevido de informações por funcionários ou ataques cibernéticos. Essas falhas, que antes podiam passar despercebidas, hoje têm consequências legais diretas. Além disso, o mercado está mais atento à conformidade regulatória, e empresas não adequadas perdem competitividade.
A gestão de riscos passa a ser parte essencial da estratégia financeira. Isso implica mapear vulnerabilidades, criar planos de contingência, e manter documentação atualizada sobre todas as práticas de tratamento de dados. Ao incorporar essa gestão preventiva, a empresa reduz significativamente as chances de sofrer penalidades e se torna mais robusta diante de fiscalizações. Em um cenário de alta concorrência e regulação, a conformidade com a LGPD não é apenas uma exigência legal — é uma questão de sobrevivência financeira.

O papel da tecnologia na conformidade com a LGPD
A tecnologia é uma das maiores aliadas para garantir que a gestão financeira esteja em conformidade com a LGPD. Hoje, diversas ferramentas no mercado permitem gerenciar de forma automatizada o tratamento de dados, desde o consentimento do titular até o registro de auditorias e controles de acesso. Softwares modernos de gestão financeira já incorporam funcionalidades que asseguram a rastreabilidade das informações e limitam o acesso apenas a profissionais autorizados, minimizando riscos de vazamentos ou acessos indevidos.
Além de facilitar a conformidade, o uso da tecnologia otimiza processos e melhora a eficiência das rotinas financeiras. Por exemplo, com o uso de sistemas que permitem anonimizar dados automaticamente, é possível manter os registros necessários para análises sem expor informações sensíveis. Plataformas em nuvem com criptografia de ponta e backups automáticos também garantem mais segurança na armazenagem e no compartilhamento de documentos, o que é essencial para evitar sanções da LGPD.
O impacto da LGPD na gestão financeira exige que as empresas façam uma escolha estratégica: continuar com processos manuais e vulneráveis ou investir em soluções tecnológicas que promovam segurança e agilidade. Para call centers de planos de saúde, que lidam com grande volume de dados pessoais, essa decisão é ainda mais crítica. A automação e a integração de sistemas não só ajudam a garantir a conformidade, como também oferecem uma visão mais clara e precisa da situação financeira da empresa, favorecendo decisões mais estratégicas e seguras.
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Benefícios da conformidade para a saúde financeira da empresa
Embora o processo de adequação à LGPD envolva desafios, os benefícios para a saúde financeira da empresa são concretos e duradouros. Ao estruturar seus processos de forma segura e em conformidade com a lei, a organização reduz significativamente os riscos de passivos judiciais e multas administrativas. Isso permite uma melhor previsibilidade financeira e evita surpresas desagradáveis que podem comprometer o orçamento e os resultados.
Outro benefício direto é o fortalecimento da relação com os clientes. Empresas que demonstram responsabilidade no uso de dados pessoais transmitem mais confiança e credibilidade, o que se reflete na fidelização e na atração de novos contratos. No setor de planos de saúde, onde a sensibilidade dos dados é ainda maior, essa confiança pode ser um fator decisivo na escolha do cliente, impactando diretamente o faturamento e a sustentabilidade do negócio.
A conformidade com a LGPD também estimula a melhoria contínua dos processos internos. Ao revisar e padronizar práticas, as empresas se tornam mais organizadas, eficientes e preparadas para responder a auditorias e exigências do mercado. O impacto da LGPD na gestão financeira, portanto, vai além da obrigação legal: ele representa uma oportunidade de modernizar a empresa, melhorar sua performance e consolidar sua posição competitiva em um mercado cada vez mais exigente e regulado.

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Dulce Delboni Tarpinian
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