
A origem dos primeiros planos de saúde no mundo e no Brasil
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A concepção dos planos de saúde no mundo
Os primeiros planos de saúde tiveram suas iniciativas no início do século XX, principalmente nos Estados Unidos e Europa, como resposta à crescente complexidade e custos da medicina moderna. Com a industrialização, a população passou a depender mais de serviços médicos organizados, e isso gerou a necessidade de sistemas que ajudassem a custear os tratamentos. Nesse período, a medicina se tornava mais eficiente, mas também mais cara, devido aos avanços tecnológicos e ao surgimento de novos tratamentos.
Organizações como empresas e sindicatos começaram a criar fundos de assistência médica para trabalhadores e suas famílias. Esses fundos eram financiados coletivamente, permitindo que os beneficiários tivessem acesso a cuidados médicos sem arcar integralmente com os custos elevados. A ideia inicial era oferecer proteção básica contra doenças e acidentes de trabalho, que eram comuns durante a revolução industrial e a expansão urbana.
Esses primeiros sistemas funcionavam de maneira limitada, mas lançaram as bases para os seguros de saúde modernos. Aos poucos, os modelos foram se aperfeiçoando e sendo adotados por países desenvolvidos, influenciando políticas públicas de saúde. Esse movimento também pavimentou o caminho para a criação de sistemas de saúde universais e privados que conhecemos hoje, adaptados às necessidades de diferentes sociedades.
As primeiras iniciativas de saúde organizadas nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, uma das primeiras iniciativas de saúde organizada foi criada na década de 1920 pelo Hospital Baylor, no Texas. Esse hospital oferecia um modelo de pré-pagamento, no qual professores locais contribuíam mensalmente com uma pequena quantia para garantir atendimento médico quando necessário. Essa ideia foi inovadora para a época, pois oferecia uma alternativa econômica e acessível em um período em que os custos médicos cresciam rapidamente.
A partir desse modelo, surgiu o sistema Blue Cross, que expandiu o conceito de pré-pagamento para cobrir não apenas atendimento hospitalar, mas também outros serviços médicos. Esse sistema serviu como uma base para o desenvolvimento do setor privado de saúde nos Estados Unidos, consolidando-se como um modelo lucrativo e amplamente utilizado. Com o tempo, a expansão desses serviços alcançou um público mais amplo, incluindo empresas que ofereciam planos de saúde como benefício aos seus funcionários.
Embora essas iniciativas tenham sido bem-sucedidas, também enfrentaram desafios. O sistema de saúde nos Estados Unidos permaneceu predominantemente privado, deixando parte da população sem cobertura adequada. Mesmo assim, a inovação inicial no Baylor Hospital moldou o mercado global de seguros de saúde e serviu de inspiração para sistemas adotados em outros países, inclusive no Brasil.
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A Europa e os sistemas de saúde socializados
Na Europa, a origem dos planos de saúde esteve intimamente ligada ao desenvolvimento dos seguros sociais obrigatórios no final do século XIX. A Alemanha, sob o comando de Otto von Bismarck, foi pioneira ao implementar um sistema de seguridade social financiado por contribuições de trabalhadores e empregadores. Esse modelo não apenas cobria despesas médicas, mas também fornecia proteção contra acidentes de trabalho e aposentadoria, garantindo um nível básico de segurança para os cidadãos.
Outros países europeus, como o Reino Unido e a França, seguiram caminhos semelhantes, criando sistemas de saúde baseados em seguridade social. O objetivo era proteger a população trabalhadora e reduzir a vulnerabilidade econômica em casos de doença ou invalidez. Essa abordagem integrava saúde pública e privada, mas com uma forte presença do Estado, garantindo acesso universal a serviços básicos de saúde.
Os sistemas europeus evoluíram para modelos amplamente socializados, onde a saúde é vista como um direito universal. Esses sistemas contrastam com os modelos predominantemente privados de países como os Estados Unidos, mas também influenciaram nações em desenvolvimento, que buscaram adaptar as ideias de seguridade social às suas realidades econômicas e sociais.
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Como o conceito chegou ao Brasil
No Brasil, o conceito de planos de saúde começou a se popularizar a partir da metade do século XX, em paralelo ao crescimento da industrialização. Inspirados pelo modelo americano, grandes empresas começaram a oferecer assistência médica como benefício aos seus funcionários. Essa prática tinha o objetivo de melhorar a produtividade e reduzir ausências no trabalho devido a problemas de saúde.
Inicialmente, esses planos eram limitados a grupos específicos, como funcionários de empresas ou associados a sindicatos. Não havia um mercado estruturado ou regulamentação específica, o que permitia uma grande diversidade de formatos e condições. Mesmo assim, essas iniciativas serviram como base para a consolidação do setor privado de saúde no país.
Com o tempo, operadoras de saúde começaram a se organizar, criando sistemas mais abrangentes e acessíveis para atender um público maior. A partir dos anos 1960, as cooperativas médicas, como a Unimed, surgiram como alternativa para a prestação de serviços, marcando o início da formalização do mercado de planos de saúde no Brasil.

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A evolução do setor de planos de saúde no Brasil
Na década de 1960, o setor de planos de saúde no Brasil deu um salto significativo com a expansão das cooperativas médicas, como a Unimed. Essas cooperativas foram criadas por médicos que buscavam oferecer um modelo alternativo de atendimento, garantindo qualidade e autonomia profissional. Esse formato se mostrou eficiente e rapidamente se tornou popular, especialmente entre a classe média urbana.
Nos anos seguintes, o mercado de saúde suplementar cresceu de forma acelerada, com a entrada de grandes empresas no setor. Essas operadoras começaram a oferecer planos individuais e coletivos, atendendo desde grandes corporações até pequenos grupos familiares. No entanto, a falta de regulamentação trouxe desafios, como práticas abusivas e exclusão de beneficiários por condições pré-existentes.
A criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2000, trouxe maior regulamentação ao setor, estabelecendo direitos e obrigações para operadoras e consumidores. Com isso, o setor ganhou maior estabilidade e segurança, mas ainda enfrenta desafios como a alta nos custos e o acesso limitado para parte da população.
Impacto dos planos de saúde na sociedade moderna
Os planos de saúde têm desempenhado um papel crucial na sociedade moderna, oferecendo maior previsibilidade nos custos médicos e acesso facilitado a serviços de qualidade. Para muitos, possuir um plano de saúde significa segurança em momentos de necessidade, especialmente diante de emergências médicas ou tratamentos complexos.
Apesar das vantagens, há desafios significativos. A exclusão de grupos de baixa renda e o aumento constante dos custos são questões que afetam tanto o setor público quanto o privado. Além disso, a pandemia de COVID-19 destacou a importância de sistemas de saúde robustos, capazes de lidar com crises de forma eficiente e equitativa.
A saúde suplementar também tem impulsionado inovações no setor, como o uso de tecnologia para monitoramento e prevenção de doenças. No entanto, há a necessidade de equilibrar interesses comerciais com o compromisso de oferecer cuidados acessíveis e de qualidade para todos os usuários.
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Dulce Delboni Tarpinian
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