Mortalidade por Hepatite C no Brasil Cai 60% em 10 Anos
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Mortalidade por Hepatite C no Brasil Cai 60% em 10 Anos
Nos últimos dez anos, o diagnóstico de hepatite C deixou de ser uma sentença de morte, e hoje, as perspectivas de tratamento são bem mais otimistas. O Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, publicado pelo Ministério da Saúde, traz dados surpreendentes: entre 2014 e 2024, as mortes causadas pela hepatite C no Brasil reduziram em 60%. O índice caiu de mais de 1 óbito por 100 mil habitantes para apenas 0,4 em 2024.
O estudo, realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, analisou 24 anos de dados (2000-2024) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Embora a hepatite C ainda represente a principal causa de óbitos entre as hepatites virais, com 51,6% das mortes relacionadas a essa doença, a tendência de redução da mortalidade é observada de forma consistente em todo o território nacional.
Avanços no Tratamento
A grande mudança no tratamento da hepatite C se deve aos antivirais de ação direta (DAAs), medicamentos inovadores lançados em 2014 e que têm sido um marco na luta contra a doença. Disponíveis gratuitamente pelo SUS desde 2015, os DAAs são capazes de eliminar o vírus do organismo em 8 a 12 semanas de tratamento, com poucos efeitos colaterais. Antes dessa revolução terapêutica, o tratamento com interferon e ribavirina durava até 48 semanas e oferecia uma taxa de cura de apenas 50%.
Em entrevista, o médico infectologista Klinger Soares Faico Filho, professor da UNIFESP e CEO do InfectoCast, destacou: “A combinação dos novos medicamentos, aumento do diagnóstico precoce e políticas públicas bem estruturadas transformaram completamente o prognóstico da hepatite C. Atualmente, mais de 95% dos pacientes que iniciam o tratamento adequado conseguem alcançar a cura.”
Desafios Persistem
Apesar do progresso significativo, ainda existem desafios. A doença, que pode permanecer assintomática por décadas, continua a ser um grande problema de saúde pública, já que cerca de 70% dos brasileiros infectados ainda não sabem que têm hepatite C. O infectologista Faico alerta para a importância do diagnóstico precoce e da conscientização sobre a doença: “Muitas pessoas não sabem que estão infectadas e, sem tratamento, o vírus pode levar a complicações graves como cirrose e câncer de fígado.”
Distribuição Regional dos Óbitos
A análise dos dados também revelou uma concentração das mortes por hepatite C no Sudeste, que representa 55,8% dos óbitos, seguido pelas regiões Sul (23,5%) e Nordeste (11,1%). Essa distribuição reflete, entre outros fatores, a densidade populacional e eventos históricos, como o uso de seringas não descartáveis em procedimentos médicos nas décadas de 1960 a 1980, período de maior transmissão da doença no país.
Testes e Prevenção
Com os avanços no tratamento, a recomendação para a população é simples: faça o teste. O diagnóstico da hepatite C pode ser realizado gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) de todo o Brasil. Para quem apresenta maior risco, como pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993, usuários de drogas injetáveis, profissionais de saúde ou aqueles com tatuagens e piercings feitos de maneira não esterilizada, o teste é essencial.
Vale lembrar que a hepatite C não é transmitida por contato casual, como abraços ou beijos. A principal forma de transmissão é através do contato com sangue contaminado. Por isso, é fundamental usar material descartável em procedimentos médicos e estéticos e praticar sexo seguro, com preservativo.
Conclusão
Embora ainda existam desafios, os avanços no tratamento da hepatite C representam uma das maiores conquistas da medicina brasileira nos últimos dez anos. A detecção precoce e o tratamento adequado têm sido decisivos para a redução da mortalidade e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Com a continuidade de políticas públicas eficazes e o acesso amplo aos novos tratamentos, é possível acreditar que a eliminação da hepatite C do Brasil está cada vez mais próxima.
Fonte: Medicina SA
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