RN 162: Descomplicando o Cancelamento de Planos de Saúde
Confira!
- Introdução à Resolução Normativa 162 da ANS: o que é e qual seu objetivo.
- Histórico da RN 162 e da regulamentação de cancelamento de planos de saúde no Brasil.
- Contexto legislativo e jurídico que levou à criação da RN 162.
- Principais diretrizes da Resolução Normativa 162.
- Direitos dos beneficiários conforme estabelecido pela RN 162.
- Transparência e clareza nas informações fornecidas pelas operadoras aos beneficiários.
- Penalidades para operadoras que não cumprem as diretrizes da RN 162.
- Como a Resolução Normativa 162 impacta o mercado de planos de saúde no Brasil.
- Tendências futuras na regulação de planos de saúde e possíveis atualizações na RN 162.
- Conclusão: resumo dos principais pontos discutidos e importância da RN 162 para os consumidores de planos de saúde no Brasil.
Introdução à Resolução Normativa 162 da ANS: o que é e qual seu objetivo.
A introdução à RN 162 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é essencial para compreender sua importância e seu propósito. Esta normativa foi estabelecida com o objetivo de regular o processo de cancelamento de contratos de planos de saúde individuais e familiares no Brasil.
Seu principal propósito é garantir transparência, segurança e proteção aos consumidores que desejam encerrar seus planos de saúde, estabelecendo diretrizes claras para as operadoras e definindo os direitos e responsabilidades de ambas as partes envolvidas no processo.
A RN 162 busca equilibrar os interesses das operadoras e dos beneficiários, estabelecendo prazos e procedimentos que devem ser seguidos rigorosamente para garantir um processo justo e eficiente de cancelamento.
Ao compreender a introdução e os objetivos dessa resolução, os consumidores podem tomar decisões mais informadas e exercer seus direitos de forma consciente no contexto dos planos de saúde no Brasil.
Histórico da RN 162 e da regulamentação de cancelamento de planos de saúde no Brasil.
O histórico da Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) remonta a um contexto mais amplo de regulamentação do setor de planos de saúde no Brasil. Antes da RN 162, o processo de cancelamento de contratos de planos de saúde individuais e familiares não estava totalmente regulamentado, o que poderia gerar situações de conflito e desigualdade entre as partes envolvidas.
O surgimento da RN 162 foi uma resposta às demandas por maior clareza e proteção aos consumidores nesse processo. Ela foi criada após um período de análise e discussões entre a ANS, as operadoras de planos de saúde, órgãos de defesa do consumidor e outros stakeholders do setor. Durante esse processo, foram identificadas lacunas na regulamentação existente e necessidades de aprimoramento para garantir uma relação mais equilibrada entre as operadoras e os beneficiários.
A RN 162 foi publicada no Diário Oficial da União, marcando um marco importante na regulamentação do cancelamento de planos de saúde no país. Desde então, tem sido um instrumento fundamental para orientar as práticas das operadoras e proteger os direitos dos consumidores.
É importante ressaltar que a RN 162 não surgiu isoladamente, mas sim como parte de um processo contínuo de aprimoramento da regulação do setor de planos de saúde no Brasil. Ela se soma a outras normativas e iniciativas que visam garantir a qualidade, a transparência e a sustentabilidade desse mercado, contribuindo para um ambiente mais seguro e justo para todos os envolvidos.
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Contexto legislativo e jurídico que levou à criação da RN 162.
O contexto legislativo e jurídico que levou à criação da Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi marcado por uma série de demandas e desafios no setor de planos de saúde no Brasil. Antes da criação dessa normativa, o processo de cancelamento de contratos de planos de saúde individuais e familiares não estava suficientemente regulamentado, deixando lacunas que poderiam gerar conflitos e prejudicar os consumidores.
Vários fatores contribuíram para a necessidade de uma regulamentação mais clara e abrangente nessa área:
- Aumento das reclamações dos consumidores: Um número crescente de queixas e reclamações relacionadas ao processo de cancelamento de planos de saúde evidenciou a necessidade de uma regulamentação mais robusta para proteger os direitos dos beneficiários.
- Pressão de órgãos de defesa do consumidor: Organizações e entidades de defesa do consumidor exerceram pressão sobre a ANS e o governo para que adotassem medidas mais eficazes na proteção dos direitos dos consumidores de planos de saúde.
- Deficiências na legislação existente: A legislação anterior não abordava de maneira clara e específica as questões relacionadas ao cancelamento de planos de saúde, deixando margem para interpretações diversas e práticas desiguais por parte das operadoras.
Diante desse cenário, a ANS, em conjunto com outros órgãos reguladores e stakeholders do setor, identificou a necessidade de uma normativa específica para regular o processo de cancelamento de planos de saúde. A RN 162 foi elaborada como resposta a essas demandas, buscando preencher as lacunas existentes na legislação e garantir uma maior proteção e transparência para os consumidores.
Assim, o contexto legislativo e jurídico que levou à criação da RN 162 foi caracterizado pela necessidade de atualização e aprimoramento das regras que regem o setor de planos de saúde no Brasil, visando garantir uma relação mais equilibrada entre as operadoras e os beneficiários.
Principais diretrizes da Resolução Normativa 162.
As principais diretrizes da Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelecem as regras e procedimentos que devem ser seguidos pelas operadoras de planos de saúde e pelos beneficiários no processo de cancelamento de contratos individuais e familiares. Aqui estão algumas das diretrizes mais importantes:
- Transparência e Informação: A RN 162 determina que as operadoras devem fornecer informações claras e completas sobre o processo de cancelamento, incluindo os direitos e responsabilidades dos beneficiários.
- Prazo para Cancelamento: Estabelece um prazo máximo para que as operadoras processem o cancelamento do plano de saúde a partir da solicitação feita pelo beneficiário.
- Procedimentos Padronizados: Define os procedimentos que as operadoras devem seguir ao receber uma solicitação de cancelamento, garantindo que o processo seja realizado de maneira eficiente e transparente.
- Comunicação com o Beneficiário: Determina que as operadoras devem disponibilizar canais de comunicação acessíveis e eficazes para que os beneficiários possam solicitar o cancelamento do plano de saúde.
- Direito de Arrependimento: Garante aos beneficiários o direito de arrependimento, permitindo que eles desistam do cancelamento do plano de saúde dentro de um prazo estabelecido após a solicitação inicial.
- Proibição de Cobrança de Taxas: Proíbe as operadoras de cobrarem taxas adicionais ou exigirem o pagamento de débitos pendentes como condição para o cancelamento do plano de saúde.
- Notificação por Escrito: Determina que as operadoras devem enviar ao beneficiário uma notificação por escrito confirmando o cancelamento do plano de saúde e informando os próximos passos a serem seguidos.
Essas diretrizes têm o objetivo de garantir uma relação mais equilibrada entre as operadoras e os beneficiários, protegendo os direitos dos consumidores e promovendo a transparência e a eficiência nos processos de cancelamento de planos de saúde no Brasil.
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Direitos dos beneficiários conforme estabelecido pela RN 162.
Os beneficiários de planos de saúde têm uma série de direitos garantidos pela Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Aqui estão alguns dos principais direitos estabelecidos por essa normativa:
- Direito à Informação: Os beneficiários têm o direito de receber informações claras e completas sobre o processo de cancelamento de seus planos de saúde, incluindo os procedimentos necessários e os prazos envolvidos.
- Direito ao Cancelamento Facilitado: Têm o direito de solicitar o cancelamento do plano de saúde de forma simplificada, sem a imposição de burocracias desnecessárias ou exigências abusivas por parte das operadoras.
- Direito ao Prazo Máximo: Os beneficiários têm o direito de receber uma resposta da operadora dentro de um prazo máximo estabelecido pela RN 162, garantindo uma resposta rápida e eficiente ao pedido de cancelamento.
- Direito ao Arrependimento: Têm o direito de desistir do cancelamento do plano de saúde dentro de um prazo estabelecido pela normativa, caso mudem de ideia após solicitar o encerramento do contrato.
- Direito à Não Cobrança de Taxas: Não podem ser cobradas taxas adicionais ou exigido o pagamento de débitos pendentes como condição para o cancelamento do plano de saúde.
- Direito à Notificação por Escrito: Têm o direito de receber uma notificação por escrito da operadora confirmando o cancelamento do plano de saúde e fornecendo informações sobre os próximos passos a serem seguidos.
- Direito à Proteção contra Práticas Abusivas: São protegidos contra práticas abusivas por parte das operadoras, como a recusa injustificada do cancelamento ou a imposição de dificuldades para realizar o encerramento do contrato.
Esses direitos asseguram aos beneficiários uma maior proteção e segurança no processo de cancelamento de planos de saúde, garantindo que possam exercer seus direitos de forma efetiva e sem obstáculos desnecessários por parte das operadoras
Transparência e clareza nas informações fornecidas pelas operadoras aos beneficiários.
A Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece requisitos específicos para garantir transparência e clareza nas informações fornecidas pelas operadoras de planos de saúde aos beneficiários, especialmente no que diz respeito ao processo de cancelamento. Aqui estão algumas das medidas que visam assegurar essa transparência e clareza:
- Informações Claras sobre o Processo de Cancelamento: As operadoras são obrigadas a fornecer informações claras e compreensíveis sobre os procedimentos necessários para solicitar o cancelamento do plano de saúde, incluindo os documentos necessários, os prazos envolvidos e os canais de comunicação disponíveis.
- Divulgação de Canais de Atendimento: As operadoras devem disponibilizar canais de atendimento acessíveis e eficazes para que os beneficiários possam solicitar o cancelamento do plano de saúde e obter esclarecimentos sobre o processo.
- Informações sobre Direitos e Deveres: As operadoras devem informar os beneficiários sobre seus direitos e deveres no processo de cancelamento, incluindo o direito ao arrependimento, o prazo para resposta da operadora e as consequências do cancelamento do plano de saúde.
- Divulgação de Termos Contratuais: As operadoras devem disponibilizar aos beneficiários uma cópia do contrato do plano de saúde, contendo todas as informações relevantes sobre o processo de cancelamento, de forma clara e acessível.
- Notificação por Escrito: Após o cancelamento do plano de saúde, a operadora deve enviar ao beneficiário uma notificação por escrito confirmando o encerramento do contrato e fornecendo informações sobre os próximos passos a serem seguidos.
Essas medidas visam garantir que os beneficiários tenham acesso a informações transparentes e claras sobre o processo de cancelamento de planos de saúde, permitindo que possam exercer seus direitos de forma consciente e informada. Além disso, contribuem para promover uma relação mais equilibrada entre as operadoras e os beneficiários, baseada na confiança e na transparência mútua.
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Penalidades para operadoras que não cumprem as diretrizes da RN 162.
A Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece penalidades para as operadoras de planos de saúde que não cumprem as diretrizes e requisitos estabelecidos pela normativa. Estas penalidades têm o objetivo de garantir o cumprimento das regras e a proteção dos direitos dos beneficiários. Aqui estão algumas das penalidades previstas:
- Multa Administrativa: A ANS pode aplicar multas administrativas às operadoras que descumprirem as diretrizes da RN 162. O valor da multa pode variar de acordo com a gravidade da infração e com o porte da operadora.
- Suspensão Temporária: Em casos mais graves de descumprimento das diretrizes, a ANS pode determinar a suspensão temporária das atividades da operadora, impedindo-a de comercializar novos planos de saúde até que regularize sua situação.
- Cassação de Registro: Em situações extremas, a ANS pode cassar o registro da operadora, o que significa que ela perde o direito de atuar no mercado de planos de saúde e deve encerrar suas atividades.
- Publicização da Infração: A ANS pode publicizar as infrações cometidas pelas operadoras, divulgando informações sobre as penalidades aplicadas e os motivos que levaram à sua aplicação. Isso contribui para a transparência e para a proteção dos consumidores.
Essas penalidades visam garantir o cumprimento das diretrizes estabelecidas pela RN 162 e a proteção dos direitos dos beneficiários de planos de saúde. Além disso, têm o objetivo de incentivar as operadoras a adotarem práticas adequadas e a oferecerem serviços de qualidade aos seus clientes, promovendo um mercado de planos de saúde mais justo e transparente.
Como a Resolução Normativa 162 impacta o mercado de planos de saúde no Brasil.
A Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem um impacto significativo no mercado de planos de saúde no Brasil, tanto para as operadoras quanto para os beneficiários. Aqui estão alguns dos principais impactos da RN 162:
- Proteção dos Direitos dos Beneficiários: A RN 162 estabelece diretrizes claras e específicas para o processo de cancelamento de planos de saúde, garantindo transparência, segurança e proteção aos direitos dos beneficiários. Isso contribui para uma relação mais equilibrada entre as operadoras e os consumidores, promovendo a confiança e a satisfação dos clientes.
- Padronização dos Procedimentos: A normativa define procedimentos padronizados que as operadoras devem seguir ao receber uma solicitação de cancelamento de plano de saúde, o que contribui para a simplificação e a eficiência do processo. Isso evita a ocorrência de práticas abusivas por parte das operadoras e garante que os beneficiários sejam tratados de forma justa e igualitária.
- Transparência no Mercado: Ao estabelecer requisitos de transparência e divulgação de informações, a RN 162 promove um mercado de planos de saúde mais transparente e competitivo. Os beneficiários têm acesso a informações claras e completas sobre os planos oferecidos pelas operadoras, facilitando a comparação entre diferentes opções e a tomada de decisão consciente.
- Redução de Conflitos e Litígios: A padronização dos procedimentos e a garantia de direitos estabelecidas pela RN 162 contribuem para a redução de conflitos e litígios entre as operadoras e os beneficiários. Isso beneficia tanto as partes envolvidas quanto o sistema judiciário, promovendo uma resolução mais rápida e eficiente de eventuais disputas.
- Melhoria da Imagem das Operadoras: O cumprimento das diretrizes da RN 162 pode ajudar as operadoras a melhorarem sua imagem perante os consumidores, demonstrando compromisso com a transparência, a ética e o respeito aos direitos dos beneficiários. Isso pode resultar em uma maior fidelização de clientes e na conquista de novos mercados.
Em resumo, a Resolução Normativa 162 tem um impacto positivo no mercado de planos de saúde no Brasil, promovendo a proteção dos direitos dos beneficiários, a transparência no relacionamento entre as operadoras e os consumidores e a eficiência dos processos de cancelamento de planos de saúde.
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Tendências futuras na regulação de planos de saúde e possíveis atualizações na RN 162.
As tendências futuras na regulação de planos de saúde podem incluir uma maior ênfase na proteção dos direitos dos consumidores, a promoção da qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras e a busca por maior equilíbrio entre sustentabilidade econômica e acesso à saúde. Em relação à Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), algumas possíveis atualizações ou ajustes podem ser considerados para acompanhar essas tendências:
- Incorporação de Tecnologia: Com o avanço da tecnologia, as atualizações na RN 162 podem incluir a incorporação de ferramentas digitais para facilitar o processo de cancelamento de planos de saúde, como a possibilidade de realizar solicitações online ou utilizar aplicativos móveis para acompanhar o andamento dos pedidos.
- Fortalecimento dos Canais de Comunicação: A normativa pode ser atualizada para fortalecer os canais de comunicação entre as operadoras e os beneficiários, garantindo que os consumidores tenham acesso fácil e rápido a informações sobre o cancelamento de planos de saúde e outros serviços relacionados.
- Incentivo à Transparência e Qualidade: A RN 162 pode ser ajustada para incentivar as operadoras a adotarem práticas transparentes e de qualidade na prestação de serviços, por exemplo, exigindo a divulgação de indicadores de desempenho e satisfação dos beneficiários.
- Atualização de Prazos e Procedimentos: Com base na experiência acumulada desde a implementação da RN 162, podem ser identificadas oportunidades de atualização nos prazos e procedimentos estabelecidos pela normativa, visando tornar o processo de cancelamento ainda mais eficiente e ágil.
- Abordagem de Novos Desafios: As atualizações na RN 162 podem considerar novos desafios e demandas do mercado de planos de saúde, como a crescente demanda por serviços de saúde mental, a expansão da telemedicina e a necessidade de garantir o acesso a tratamentos inovadores e de alto custo.
Em resumo, as tendências futuras na regulação de planos de saúde podem influenciar possíveis atualizações na RN 162, com o objetivo de promover uma maior proteção dos direitos dos consumidores, a qualidade dos serviços e a sustentabilidade do mercado de planos de saúde no Brasil.
Conclusão: resumo dos principais pontos discutidos e importância da RN 162 para os consumidores de planos de saúde no Brasil.
A Resolução Normativa 162 (RN 162) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desempenha um papel crucial na proteção dos direitos e na garantia da transparência para os consumidores de planos de saúde no Brasil. Ao longo deste artigo, exploramos os principais aspectos dessa normativa e sua importância para os beneficiários.
A RN 162 estabelece diretrizes claras e específicas para o processo de cancelamento de planos de saúde, assegurando que os consumidores tenham acesso a informações transparentes e completas sobre seus direitos e responsabilidades. Além disso, a normativa define procedimentos padronizados que as operadoras devem seguir, garantindo uma resposta rápida e eficiente às solicitações de cancelamento.
Ao promover a transparência, a equidade e a eficiência nos processos de cancelamento de planos de saúde, a RN 162 contribui para uma relação mais justa e equilibrada entre as operadoras e os consumidores. Ela protege os direitos dos beneficiários, evita práticas abusivas por parte das operadoras e reduz conflitos e litígios no mercado de planos de saúde.
Em resumo, a RN 162 desempenha um papel fundamental na promoção da qualidade e da segurança dos serviços de saúde suplementar no Brasil, garantindo que os consumidores possam exercer seus direitos de forma consciente e informada. É essencial que os beneficiários conheçam e compreendam essa normativa para poderem fazer escolhas assertivas e exigir o cumprimento de seus direitos no contexto dos planos de saúde no país.
Texto Original RN 162
RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 162, DE 17 DE OUTUBRO DE 2007
Estabelece a obrigatoriedade da Carta de Orientação ao Beneficiário; dispõe sobre Doenças ou Lesões Preexistentes (DLP); Cobertura Parcial Temporária (CPT); Declaração de Saúde e sobre o processo administrativo para comprovação do conhecimento prévio de DLP pelo beneficiário de plano privado de assistência à saúde no âmbito da Agência Nacional de Saúde Suplementar; revoga as Resoluções CONSU nº 2, de 4 de novembro de 1998, CONSU nº 17 de 23 de março de 1999, artigos 2° e 4° da Resolução CONSU nº 15 de 23 de março de 1999, a Resolução Normativa 20 de 12 de dezembro de 2002 e a Resolução Normativa RN nº 55, de 2 de novembro de 2003 e altera a Resolução Normativa – RN nº 124, de 30 de março de 2006.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, no uso da competência a ela conferida pelos incisos II, IX, XV, XXIV, XXVIII e XXXVII, do art. 4º, da Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, e considerando o disposto no parágrafo único, do art. 11, da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, em reunião de 14 de outubro de 2007, adotou a seguinte Resolução Normativa, e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:
Das Disposições Gerais
Art. 1º – Esta Resolução dispõe sobre Doenças ou Lesões Preexistentes (DLP), Cobertura Parcial Temporária (CPT), Declaração de Saúde (DS), Carta de Orientação ao Beneficiário e sobre o processo administrativo para comprovação do conhecimento prévio de doença ou lesão preexistente pelo beneficiário de plano privado de assistência à saúde no âmbito da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.
Art. 2º – Para fins desta Resolução, considera-se:
I – Doenças ou Lesões Preexistentes (DLP) aquelas que o beneficiário ou seu representante legal saiba ser portador ou sofredor, no momento da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, de acordo com o art. 11 da Lei nº 9656, de 3 de junho de 1998, o inciso IX do art 4º da Lei nº 9961, de 28 de janeiro de 2000 e as diretrizes estabelecidas nesta Resolução;
II – Cobertura Parcial Temporária (CPT) aquela que admite, por um período ininterrupto de até 24 meses, a partir da data da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, a suspensão da cobertura de Procedimentos de Alta Complexidade (PAC), leitos de alta tecnologia e procedimentos cirúrgicos, desde que relacionados exclusivamente às doenças ou lesões preexistentes declaradas pelo beneficiário ou seu representante legal;
III – Agravo como qualquer acréscimo no valor da contraprestação paga ao plano privado de assistência à saúde, para que o beneficiário tenha direito integral à cobertura contratada, para a doença ou lesão preexistente declarada, após os prazos de carências contratuais, de acordo com as condições negociadas entre a operadora e o beneficiário; e
IV – Segmentação como tipo de cobertura contratada no plano privado de assistência à saúde conforme o art. 12 da Lei nº 9656, de 1998.
Seção I
Da Carta de Orientação ao Beneficiário
Art. 3º – Institui-se a Carta de Orientação ao Beneficiário como parte integrante obrigatória dos contratos de planos privados de assistência à saúde individuais, familiares ou coletivos com menos de 50 (cinqüenta) beneficiários, observado o prazo previsto no art. 35 desta Resolução.
§ 1º A Carta de que trata o caput deste artigo é um documento padronizado pela ANS, que visa orientar o beneficiário sobre o preenchimento da Declaração de Saúde, no momento da assinatura do contrato, e deverá conter:
I – a identificação e assinatura do beneficiário ou seu representante legal, e data da ciência; e
II – a identificação, o nº do CPF e a assinatura do intermediário entre a operadora e o beneficiário, responsável pela venda do plano privado de assistência à saúde e que presenciou o preenchimento da Declaração de Saúde.
§ 2º Em todos os contratos de planos privados de assistência à saúde, a Carta de Orientação ao Beneficiário deve estar localizada na página imediatamente anterior ao formulário de Declaração de Saúde e deve ser entregue juntamente com o formulário da Declaração de Saúde, no momento de seu preenchimento.
Art. 4º – O Anexo desta Resolução traz o modelo da Carta de Orientação ao Beneficiário, a ser seguido em sua íntegra pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde, incluindo a fonte e o tamanho a ser utilizado ( Times New Roman , 11, espaçamento simples).
Parágrafo único . Para abertura de processo administrativo por alegação de DLP, somente serão válidas as Cartas de Orientação ao Beneficiário sem qualquer rasura ou modificação da forma e conteúdo deste anexo.
Seção II
Da Doença ou Lesão Preexistente
Art. 5° – Nos planos privados de assistência à saúde, individual ou familiar, ou coletivos com menos de 50 (cinqüenta) beneficiários, contratados após a vigência da Lei nº 9.656, de 1998, o beneficiário deverá informar à contratada, quando expressamente solicitado na documentação contratual por meio da Declaração de Saúde, o conhecimento de DLP, à época da assinatura do contrato ou adesão contratual, sob pena de caracterização de fraude, ficando sujeito à suspensão ou rescisão unilateral do contrato, conforme o disposto no inciso II do parágrafo único do art. 13 da Lei nº 9.656, de 1998.
§ 1° O beneficiário tem o direito de preencher a Declaração de Saúde mediante entrevista qualificada orientada por um médico pertencente à lista de profissionais da rede de prestadores credenciados ou referenciados pela contratada, sem qualquer ônus para o beneficiário.
§ 2º Caso o beneficiário opte por ser orientado por médico não pertencente à lista de profissionais da rede assistencial da contratada, poderá fazê-lo, desde que assuma o ônus financeiro dessa entrevista.
§ 3º O objetivo da entrevista qualificada é orientar o beneficiário para o correto preenchimento da Declaração de Saúde, onde são declaradas as doenças ou lesões que o beneficiário saiba ser portador ou sofredor, no momento da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, além de esclarecer questões relativas aos direitos de cobertura e conseqüências da omissão de informações.
§ 4º É vedada a alegação de omissão de informação de DLP quando for realizado qualquer tipo de exame ou perícia no beneficiário pela operadora, com vistas à sua admissão no plano privado de assistência à saúde.
Art. 6° – Sendo constatada por perícia ou na entrevista qualificada ou através de declaração expressa do beneficiário, a existência de doença ou lesão que possa gerar necessidade de eventos cirúrgicos, de uso de leitos de alta tecnologia e de procedimentos de alta complexidade, a operadora poderá oferecer cobertura total no caso de doenças ou lesões preexistentes, sem qualquer ônus adicional para o beneficiário.
§ 1º Caso a operadora opte pelo não oferecimento de cobertura total, deverá neste momento, oferecer CPT. O oferecimento de CPT neste caso é obrigatório, sendo facultado o oferecimento de Agravo como opção à CPT.
§ 2 ° Caso a operadora não ofereça CPT no momento da adesão contratual, não caberá alegação de omissão de informação na Declaração de Saúde ou aplicação posterior de CPT ou Agravo, nas condições descritas no caput deste artigo.
§ 3 ° Na hipótese de CPT, as operadoras somente poderão suspender a cobertura de procedimentos cirúrgicos, o uso de leito de alta tecnologia e os procedimentos de alta complexidade, quando relacionados diretamente à DLP especificada.
§ 4 ° Os procedimentos de alta complexidade encontram-se especificados no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, disponível no site www.ans.gov.br .
Art. 7° – A CPT e o Agravo dar-se-ão de acordo art. 2°, incisos II e III, desta Resolução, sendo vedada à operadora de planos privados de assistência à saúde, a alegação de DLP decorridos 24 meses da data da celebração do contrato ou da adesão ao plano privado de assistência à saúde.
§ 1° Nos casos de CPT, findo o prazo de até 24 (vinte e quatro) meses da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, a cobertura assistencial passará a ser integral, conforme a segmentação contratada e prevista na Lei n° 9.656, de 1998.
§ 2° O Agravo será regido por Aditivo Contratual específico, cujas condições serão estabelecidas entre as partes, devendo constar menção expressa a:
I – percentual ou valor do Agravo;
II – período de vigência do Agravo.
Art. 8° – A ANS poderá a qualquer tempo solicitar esclarecimentos sobre os Procedimentos de Alta Complexidade (PAC) e cirúrgicos, objetos de CPT, relacionados às DLP declaradas.
Seção III
Da Declaração de Saúde
Art. 9º – Na contratação de planos privados de assistência à saúde, o conteúdo da declaração do beneficiário a respeito de seu estado de saúde e de possíveis DLP, que servirão de base para aplicação da regra contida no art. 11 da Lei nº 9.656 de 1998, deverão observar o disposto nesta Resolução.
Art. 10. A Declaração de Saúde consistirá no preenchimento de um formulário, elaborado pela operadora, para registro de informações sobre as doenças ou lesões de que o beneficiário saiba ser portador ou sofredor, e das quais tenha conhecimento, no momento da contratação ou adesão contratual, e conterá, obrigatoriamente:
I – a definição de CPT, constante no art. 2 o , inciso II, desta Resolução;
II – a definição de Agravo, de acordo com o art. 2º, inciso III, desta Resolução;
III – a informação sobre o direito do beneficiário de ser orientado no preenchimento da declaração de saúde, sem ônus financeiro, por um médico indicado pela operadora, ou de optar por um profissional de sua livre escolha assumindo o ônus financeiro desta opção, conforme estabelecido no artigo 5º, §§ 1 o e 2 o desta Resolução; e
IV – a informação a respeito das conseqüências previstas na legislação, de rescisão contratual e de responsabilidade do beneficiário por despesas realizadas com os procedimentos que seriam objetos de CPT, caso venha a ser comprovada junto à ANS, a omissão de informação sobre DLP conhecida e não declarada.
Parágrafo único . A Declaração de Saúde deverá fazer referência, exclusivamente, a doenças ou lesões de que o beneficiário saiba ser portador ou sofredor no momento da contratação, não sendo permitidas perguntas sobre hábitos de vida, sintomas ou uso de medicamentos.
Art. 11. O formulário conterá perguntas ou itens a assinalar, redigidos em linguagem simples, de uso comum, evitando termos técnicos ou científicos pouco conhecidos, de uso restrito ao ambiente acadêmico ou profissional, oferecendo campo para que seja registrado:
I – se o preenchimento contou com a presença de médico orientador, o que deve ser registrado de próprio punho por este profissional, em campo específico;
II – se o beneficiário dispensou a presença do médico orientador;
III – comentários e informações adicionais, a respeito das questões formuladas, que o beneficiário entenda importante registrar; e
IV – identificação do beneficiário, assinatura e data de preenchimento da declaração.
Art. 12. As operadoras ficam obrigadas a proteger as informações prestadas nas declarações de saúde, sendo vedada sua divulgação ou o fornecimento a terceiros não envolvidos na prestação de serviços assistenciais, sem a anuência expressa do beneficiário, ressalvados os casos previstos na legislação em vigor.
Art. 13. Para contratos a serem firmados a partir da vigência desta Resolução, as carteiras, cartões ou documentos de identificação de porte obrigatório pelo beneficiário para acesso aos serviços assistenciais, deverão conter a informação da existência de cláusula de CPT, com especificação da data de término de vigência da CPT.
Art. 14. Não poderá haver solicitação de preenchimento de formulário de Declaração de Saúde na contratação ou adesão de plano em substituição a outro (individual ou coletivo independente do número de beneficiários), ao qual o benef iciário, titular ou não do plano, permaneceu vinculado por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, desde que na mesma operadora, na mesma segmentação e sem interrupção de tempo.
Parágrafo único . Conforme disposto no caput deste artigo, não caberá alegação de DLP e/ou CPT ou Agravo para os casos acima referidos.
Seção IV
Do Processo Administrativo
Art. 15. Identificado indício de fraude por parte do beneficiário, referente à omissão de conhecimento de DLP por ocasião da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, a operadora deverá comunicar imediatamente a alegação de omissão de informação ao beneficiário através de Termo de Comunicação ao Beneficiário, conforme descrito no inciso V do art. 18 desta Resolução, e poderá:
I – oferecer CPT ao beneficiário pelos meses restantes, a partir da data de recebimento do Termo de Comunicação, até completar o período máximo de 24 (vinte e quatro) meses da assinatura contratual ou da adesão ao plano privado de assistência à saúde ; ou
II – oferecer o Agravo, na forma do art. 7º desta Resolução; ou
III – solicitar abertura de processo administrativo junto à ANS, quando da identificação do indício de fraude, ou após recusa do beneficiário à CPT.
§ 1º O oferecimento do Agravo a que se refere o inciso II deve ser acompanhado do oferecimento de CPT, sendo então o oferecimento de CPT obrigatório nestes casos e do Agravo opcional, nas situações as quais a operadora não optou por oferecimento de cobertura total.
§ 2º O processo administrativo de que trata esta Resolução diz respeito, exclusivamente, ao julgamento do mérito da alegação de omissão de conhecimento prévio de doença ou lesão por parte do beneficiário na Declaração de Saúde no momento da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde.
Art. 16. Somente após a comunicação ao beneficiário de alegação de omissão de informação na Declaração de Saúde por ocasião da assinatura contratual ou da adesão ao plano privado de assistência à saúde, a operadora poderá encaminhar a documentação pertinente à Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, requerendo abertura de processo administrativo para verificação da sua procedência ou não.
§ 1º Nos casos em que houver acordo de CPT ou Agravo, a operadora não poderá solicitar abertura de processo administrativo com relação à respectiva doença que ensejou o oferecimento da CPT ou Agravo.
§ 2º Somente serão deferidas solicitações de abertura de processos administrativos de alegação de DLP que possam gerar necessidade de eventos cirúrgicos, uso de leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade, de acordo com o definido no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS em vigor.
§ 3º Não será permitida, sob qualquer alegação, a negativa de cobertura assistencial, assim como a suspensão ou rescisão unilateral de contrato, até a publicação pela ANS do encerramento do processo administrativo, ficando a operadora sujeita às penalidades previstas na legislação em vigor.
§ 4º Cabe à operadora o ônus da prova, devendo comprovar o conhecimento prévio do beneficiário de DLP, não declaradas no momento da contratação ou adesão ao plano privado de assistência à saúde.
§ 5º A solicitação de abertura de processo administrativo por alegação de DLP é prerrogativa exclusiva da operadora, por meio de seu representante legal junto à ANS ou de qualquer pessoa devidamente autorizada, com firma reconhecida, por instrumento de mandato e cópia autenticada da procuração.
§ 6º O processo administrativo é de característica individual, sendo vedada a abertura de processos administrativos onde conste mais de um beneficiário.
Art. 17. O prazo máximo para solicitação de abertura de processo administrativo é de 24 (vinte e quatro) meses, considerando-se o período entre a data da assinatura contratual ou adesão ao plano privado de assistência à saúde e a data de postagem no correio ou do protocolo desta solicitação na ANS.
§ 1º A solicitação de abertura de processo administrativo deverá ser protocolizada:
I – na sede da ANS; ou
II – no Núcleo Regional de Atendimento e Fiscalização (NURAF) da ANS; ou
III – encaminhada pelo correio diretamente à ANS, sendo a data de postagem observada para o cumprimento do prazo estipulado.
§ 2º A solicitação de abertura do processo administrativo que ultrapassar o período de 24 (vinte e quatro) meses da assinatura contratual ou da adesão ao plano privado de assistência à saúde , será indeferida.
§ 3º Apenas nos casos onde a data da documentação comprobatória e a data do envio da Comunicação ao Beneficiário pela operadora coincidirem com o 24º (vigésimo quarto) mês da assinatura contratual ou adesão ao plano privado de assistência à saúde, o prazo máximo para solicitação de abertura de processo administrativo será de 25 (vinte e cinco) meses, considerando-se os termos inicial e final dispostos no caput deste artigo .
Art 18. Para fins de solicitação de abertura de processo administrativo, a operadora deverá, obrigatoriamente, apresentar os documentos abaixo listados, em duas cópias legíveis, sem rasuras, com a identificação do beneficiário e com as devidas assinaturas e datas:
I – Termo de Alegação, contendo a identificação do beneficiário , a descrição da doença com a respectiva Classificação Internacional de Doenças (CID), ou lesão alegada que será objeto de julgamento, o número do registro do plano privado de assistência à saúde, o nº de registro do beneficiário enviado ao Sistema de Informação de Beneficiário (SIB) e a assinatura do representante legal da operadora junto à ANS ou seu procurador;
II – Termo ou Proposta de Adesão ao plano privado de assistência à saúde;
III – Carta de Orientação ao Beneficiário, na forma do parágrafo único do art. 4 o exceto para os contratos celebrados anteriormente ao prazo constante do art. 35;
IV – Declaração de Saúde, devidamente datada e assinada pelo beneficiário titular ou dependente, ou seu representante legal, no caso de beneficiário menor de 18 anos ou incapaz;
V – Termo de Comunicação ao Beneficiário, contendo obrigatoriamente:
a) nome do beneficiário constante do processo administrativo;
b) doença ou lesão alegada;
c) a informação do prazo de, no mínimo, 10 (dez) dias para manifestação do beneficiário perante a alegação da operadora;
VI – comprovante de recebimento do Termo de Comunicação ao Beneficiário;
VII – documentação comprobatória do conhecimento prévio do beneficiário sobre a DLP, preferencialmente, original ou cópia autenticada (uma das vias), com a identificação do beneficiário e do emitente;
VIII – endereço atualizado do beneficiário ou do seu representante legal; e
IX – no caso de contrato coletivo com menos de 50 (cinqüenta) beneficiários, apresentar comprovante do número de participantes do contrato.
§ 1º Somente será objeto de análise no processo administrativo a doença alegada pela Operadora.
§ 2º S erão aceitos, para fins de comprovação do recebimento do Termo de Comunicação ao Beneficiário: documento assinado pelo beneficiário; ou Aviso de Recebimento – AR; ou Telegrama (com a descrição da declaração de conteúdo e comprovante de recebimento); ou notificação judicial ou extrajudicial encaminhada por cartório;
§ 3º Não serão aceitas cópias emitidas por fax.
§ 4º Uma via dos documentos apresentados pela operadora será enviada para o beneficiário na ocasião de sua notificação, na forma do art. 21, desta Resolução.
Art. 19. Será indeferida e arquivada a solicitação de abertura de processo administrativo de alegação de omissão de informação de DLP na Declaração de Saúde por ocasião da assinatura ou adesão contratual do plano privado de assistência à saúde, nas seguintes situações:
I – falta de qualquer um dos documentos obrigatórios, definidos no art. 18 desta Resolução;
II – Declaração de Saúde que não contiver data e assinatura do beneficiário titular ou dependente ou seu representante legal, no caso de beneficiário menor de 18 anos ou incapaz;
III – decurso de prazo, conforme art.17 desta Resolução;
IV – planos privados de assistência à saúde coletivos com 50 (cinqüenta) ou mais beneficiários;
V – beneficiário que passou por qualquer tipo de exame ou perícia, com vistas a sua admissão no plano privado de assistência à saúde;
VI – beneficiário que fez acordo de CPT ou Agravo, oferecido pela operadora, para a doença ou lesão alegada;
VII – adaptação e migração de contratos;
VIII – já existir processo administrativo de alegação de omissão de informação de DLP na Declaração de Saúde contra o mesmo beneficiário e com mesma alegação; e
IX – no caso de transferência de carteira entre operadoras.
§1º A operadora será notificada do motivo do arquivamento da solicitação de abertura do processo administrativo.
§2º Na hipótese de indeferimento em razão do inciso I deste artigo, caso seja do interesse da operadora enviar nova solicitação de abertura, esta poderá ser encaminhada à GGTAP/DIPRO/ANS, munida da documentação completa, de acordo com o estabelecido no art.18.
Art. 20. Não caberá qualquer alegação de DLP ou aplicação de CPT ou Agravo, nos casos referidos no art. 12, inciso III da Lei nº 9656 de 1998.
Art. 21. Estando em ordem a documentação, a ANS notificará o beneficiário, a fim de que este se manifeste acerca do processo administrativo no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data em que a notificação for efetuada.
§1º Da notificação deverá constar:
I – a identificação do beneficiário e da Operadora;
II – a finalidade da notificação;
III – cópia da solicitação de abertura do processo administrativo e de toda a documentação que a operadora enviou;
IV – o número do processo administrativo, com a informação de que o respectivo número deverá constar de sua eventual impugnação;
V – o prazo para a resposta, com a informação de que a impugnação deverá estar acompanhada dos documentos pertinentes, bem como de que o aludido prazo será contado da data da efetivação da notificação do beneficiário e de que o seu termo final será a data de seu protocolo na sede da ANS, ou no NURAF, ou de sua postagem no correio, em conformidade com o § 4º;
VI – os meios e os endereços para a protocolização da respectiva resposta;
VII – o número da presente Resolução Normativa e a informação de sua disponibilidade no site da ANS;
VIII – a informação da continuidade do processo independentemente da apresentação de resposta; e
IX – os fundamentos legais pertinentes.
§ 2º A notificação realizar-se-á por via postal, remetida para o endereço do beneficiário, cuja entrega será comprovada através de Aviso de Recebimento (AR) ou documento equivalente, emitido pelo serviço postal, devidamente assinado e datado.
§ 3º Considera-se efetuada a notificação, na data do seu recebimento aposta no AR, ou documento equivalente.
§ 4º A manifestação do beneficiário poderá ser protocolizada na sede da ANS, no NURAF ou encaminhada pelo correio diretamente à ANS, sendo a data de protocolo ou de postagem considerada para o cumprimento do prazo estipulado.
§ 5º Caso o beneficiário não se manifeste no prazo estipulado, o processo será analisado de acordo com a documentação enviada pela operadora.
Art. 22. A operadora de planos privados de assistência à saúde é responsável pelo envio do endereço atualizado do beneficiário , a qualquer tempo, durante o trâmite do processo administrativo.
§ 1º Caso não seja possível notificar o beneficiário a partir do endereço enviado pela operadora, esta será intimada pela ANS, a fim de enviar no prazo máximo de 15 (quinze) dias o endereço atualizado.
§ 2º Frustrada a nova tentativa de notificação por via postal, esta será realizada por edital, publicado uma única vez no Diário Oficial da União, e o processo ficará suspenso por até um ano, até que a operadora envie o endereço atualizado e a notificação seja devidamente efetuada ou até que o beneficiário atenda os termos do edital.
§ 3º Após um ano de suspensão do processo, caso o beneficiário não seja localizado por meio do endereço enviado pela operadora, ou não atenda aos termos do edital, o processo será arquivado, nos termos do art. 40 da Lei nº 9.784 de 1999.
Art. 23. A ANS poderá requerer a qualquer momento e a qualquer uma das partes, documentos e/ou informações que julgar necessárias à instrução do processo administrativo, definindo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de recebimento do ofício de comunicação para a manifestação das partes.
§ 1º No caso de haver juntada de novos documentos, fica assegurado o direito à outra parte interessada para manifestação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º Na fase de instrução do processo, as partes poderão juntar outros documentos ou pareceres, desde que pertinentes e relevantes para o deslinde da questão.
Art. 24. Com o processo devidamente instruído, deverá ser elaborada Nota pelo órgão competente, no prazo de 15 (quinze) dias, salvo prorrogação por igual período, expressamente motivada, com vistas a subsidiar a decisão a ser proferida pelo Diretor da DIPRO.
Art. 25. O Diretor da DIPRO proferirá decisão, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo prorrogação por igual período, expressamente motivada, da qual serão notificadas as partes, para, se for o caso, interporem recurso administrativo que será julgado pela Diretoria Colegiada como instância administrativa máxima.
§ 1º A notificação realizar-se-á:
I – ordinariamente, por via postal, cuja entrega será comprovada pelo Aviso de Recebimento (AR) ou documento equivalente emitido pelo serviço postal, devidamente assinado;
II – por edital publicado uma única vez no Diário Oficial da União, se frustrada a tentativa de notificação por via postal.
§ 2º Do edital deverá constar, quando couber:
I – o nome do beneficiário;
II – a descrição do objeto do processo;
III – a disposição legal ou infralegal pertinente;
IV – a obrigação a cumprir;
V – o nome da operadora;
VI – o número do processo administrativo;
VII – o resumo da decisão; e
VIII – o prazo para recurso administrativo, com a informação de que será contado a partir da data da publicação do edital.
§ 3º Considera-se efetuada a notificação na data em que esta for recebida ou na data da publicação do edital.
§ 4º O prazo para interposição do recurso administrativo é de 15 (quinze) dias, contados da data em que a notificação da decisão for efetuada e deverá ser dirigido à DIPRO, que notificará a outra parte, concedendo o mesmo prazo para contra-razões.
§ 5º O recurso administrativo e as contra-razões poderão ser protocolizados na sede da ANS, ou nos NURAF ou encaminhados pelo correio.
§ 6º Na hipótese de recurso administrativo encaminhado pelo correio, a tempestividade será aferida pela data da postagem.
§ 7º Não havendo interposição de recurso administrativo no prazo regular, a decisão deverá ser comunicada às partes e publicada, em extrato, no Diário Oficial da União, e o processo administrativo arquivado, após a adoção das providências cabíveis.
Art. 26. No caso de interposição de recurso administrativo, após decorrido o prazo da apresentação das contra-razões, o processo administrativo será encaminhado à Coordenação de Apoio à Diretoria Colegiada – COADC/PRESI da ANS para posterior apreciação ou julgamento pela Diretoria Colegiada, no prazo de 30 (trinta) dias, contados do seu recebimento, podendo ser prorrogado por igual período, mediante expressa justificativa.
Parágrafo único . A decisão proferida pela Diretoria Colegiada deverá ser publicada, em extrato, no Diário Oficial da União, disponibilizada no site da ANS e informada às partes na forma do art. 25, não cabendo recurso.
Art. 27. Identificada no curso do processo administrativo a existência de indícios de prática infrativa por parte da operadora, a DIPRO dará ciência do fato à Diretoria de Fiscalização – DIFIS, para as providências cabíveis.
Art. 28. Sendo o julgamento final favorável à operadora, apenas poderá ser excluído o beneficiário que foi parte no processo administrativo.
§ 1º No caso de o excluído ser o titular do plano familiar, este poderá transferir a titularidade a um dos dependentes ou permanecer somente como responsável financeiro, não sendo mais beneficiário do plano contratado.
§ 2º No caso de planos coletivos, somente o beneficiário que foi parte no respectivo processo poderá ser excluído.
Art. 29. A operadora poderá solicitar, a qualquer tempo, o arquivamento do processo administrativo já autuado.
§ 1º Caso o beneficiário já tenha sido notificado a respeito da abertura do processo administrativo, este deverá manifestar concordância para a efetivação do arquivamento.
§ 2º A ANS deverá comunicar a decisão de arquivamento administrativo às partes, na forma dos art. 25.
Das Disposições Finais
Art. 30. A presente Resolução Normativa aplica-se a todos os processos em curso, sem prejuízo dos atos já praticados.
Art. 31. Aplicam-se subsidiariamente ao processo administrativo de que trata a presente Resolução as disposições da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 32. Aplicam-se as disposições desta Resolução aos contratos celebrados na vigência da Lei 9656 de 1998, bem como, no que couber, aos demais contratos vigentes.
Parágrafo único . A partir da data de publicação desta Resolução, os contratos de que trata o caput deste artigo e que contenham cláusula de exclusão de DLP estão sujeitos à aplicação dos conceitos definidos nesta Resolução e ao julgamento administrativo da alegação por parte da ANS.
Art. 33. A Resolução Normativa – RN nº 124, de 30 de março de 2006, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
“ Art. 74-A Deixar de fornecer Carta de Orientação ao Consumidor previamente ao preenchimento da declaração de saúde no momento da assinatura do contrato ou adesão ao plano privado de assistência à saúde.
Sanção – advertência
multa R$ 25.000,00”
“Art. 74-B Fornecer Carta de Orientação ao Consumidor fora do padrão estabelecido pela ANS.
Sanção – advertência
multa R$ de 10.000,00”
Art. 34. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 35. Os arts. 3º e 4º, desta Resolução entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2008.
§1º A Carta de Orientação ao Beneficiário, a que alude o art. 18, inciso III, somente será exigida para os contratos celebrados a partir do prazo de vigência estabelecido no caput deste artigo.
§2º A exigência do envio do Termo de Comunicação ao Beneficiário, nos termos do art. 18, inciso V, desta Resolução e os art.10 e 11 entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2008.
§3º Enquanto não decorrido o prazo estabelecido no § 2º deste artigo, continua em vigor os arts. 2 o e 3º, §1º, incisos II e III da RN nº 55, de 2 de novembro de 2003 e art. 2º e 3º da RN nº 20 de 12 de dezembro de 2002.
§4º Para os contratos celebrados antes de 1 o de janeiro de 2008 serão exigidos, para fins da solicitação de abertura de processo administrativo disciplinado por esta norma, os documentos dispostos nos incisos I, II, V, VI, VII, VIII e IX do art. 18 e a declaração de saúde disciplinada no art. 3 o , §1 o , incisos II da RN nº 55, de 2 de novembro de 2003.
§5º As regras estabelecidas na RN nº 20, de 12 de dezembro de 2002, continuam sendo aplicadas para as declarações de saúde aludidas no §4º .
Art. 36. Ressalvado o disposto no art. 35, ficam revogadas a RN nº 20 de 12 de dezembro de 2002 e a RN nº 55 de 2 de novembro de 2003.
Art. 37. Ficam revogadas as Resoluções CONSU nº 2, de 4 de novembro de 1998 e CONSU nº 17 de 23 de março de 1999 e os artigos 2º e 4º da Resolução CONSU nº 15 de 23 de março de 1999.
Art. 38. Os Agravos já contratados com base nos normativos mencionados nos arts. 36 e 37 desta Resolução deverão ser mantidos até o prazo final acordado entre as partes.
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